segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Geração Texto

Transcrevo artigo publicado por Lisa Nielsen, em 17.fev.2013, que achei muito interessante. Vale ler o resumo de 11 páginas a que ela se refere (link no texto).

Finalmente! Prova baseada em pesquisa que os alunos utilizam telefones celulares APRENDER!

Um novo estudo realizado pela TRU fornece um corpo de pesquisa que apoia a ideia de que os alunos utilizam telefones celulares (telemóveis) para aprender, e também que as escolas não estão a reconhecê-los ou apoiá-los totalmente, ainda. Esta pesquisa dá crédito ao trabalho de educadores inovadores que estão guiando a "geração texto"¹ de hoje e vai ajudar no esforço de levar mais escolas a pararem de lutar contra e então começar a acolher o uso de dispositivos móveis pelos estudantes para a aprendizagem na escola. Ao invés de proibir, o estudo destaca o fato de que, se nos colocamos onde as crianças estão, podemos alavancar o uso de dispositivos móveis para a poderosa aprendizagem. A pesquisa suporta o fato de que a tecnologia móvel pode inspirar e envolver os alunos, permitindo-lhes conduzir a sua aprendizagem e apoiando-os na escolha e uso dos dispositivos que eles conhecem, amam e preferem. O estudo revela que, autorizados ou não a usar seus aparelhos na escola, os alunos seguem em frente a usá-los para aprender, mesmo se sua escola está atrasada na adoção de dispositivos que os próprios estudantes possuem.

As crianças têm, FINALMENTE, um caso (case) a apontar que eles realmente precisam de dispositivos móveis para aprender. A pesquisa é a primeira de seu tipo e examina como estudantes do 6º ao 8º ano (11 a 14 anos) estão usando dispositivos móveis, revelando que estas ferramentas estão realmente ajudando as crianças a aprender melhor matemática e ciência, e aumentar a sua confiança e motivação, apesar do fato de que a maioria das escolas (88%) proíbem estritamente o seu uso para a aprendizagem.
Apesar da percepção por parte de alguns pais e professores que os telefones celulares são uma distração para crianças, este estudo americano revela que as crianças merecem mais crédito que 1 em cada 3 estão usando seus dispositivos para completar a lição de casa e aprender melhor.
Aqui estão alguns dos resultados mais interessantes do estudo:
  • "Um número inesperado de alunos do final do ensino fundamental (de todas as etnias e de rendimentos) dizem que estão usando dispositivos móveis, incluindo smartphones e tabletes para fazer sua lição de casa. A pesquisa da TRU anterior indicava que alunos desse ciclo de ensino estavam usando smartphones e tabletes para comunicação e entretenimento. Contudo, esta é a primeira pesquisa da TRU que mostra que os estudantes do ensino médio também estão usando esses dispositivos móveis para completar tarefas de casa.
    • Mais de 1 em cada 3 estudantes do ensino médio relatam que usam smartphones (39%) e tabletes (31%) para fazer a lição de casa.
    • Mais de 1 em cada 4 alunos (26%) estão usando smartphones para a sua lição de casa, pelo menos uma vez por semana.
    • Alunos do final do ensino fundamental de origem hispânica ou africana usam os smartphones para as lições de casa mais do que os estudantes brancos. Quase metade de todos esses alunos latino-americanos (49%) relatam usar smartphones para as lições de casa. O uso do smartphone para as lições de casa também atravessa os níveis de renda, com quase 1 em cada 3 (29%) dos estudantes das famílias com menores rendimentos relatar o uso de smartphones para fazer suas as lições de casa. (A quota foi estabelecida para garantir um mínimo de 200 entrevistados com renda familiar de 25.000 dólares ou menos.)
  • Apesar do elevado número de alunos dos últimos anos do ensino fundamental que usam laptops, smartphones e tabletes para as lições de casa, pouquíssimos estão usando esses dispositivos móveis na sala de aula, particularmente tabletes e smartphones. Há grande diferença entre o uso de tecnologia móvel em casa e na escola.
  • Enquanto 39% dos alunos pesquisados usam smartphones para as lições de casa, apenas 6% afirmam que eles podem usar o smartphone em sala de aula para o trabalho escolar. Também existe uma lacuna na utilização de tabletes. Apesar de 31% dos alunos dizerem que usam um tablete para lições de casa, apenas 18% afirmam utilizá-lo em sala de aula.
  • 66% dos alunos não estão autorizados a usar tablete para fins de aprendizagem na sala de aula, e 88% não estão autorizados a usar um telefone.
  • Os alunos dizem que o uso de dispositivos móveis como tabletes os faz quererem aprender mais.
  • Uma oportunidade significativa parece existir para escolas que atendem o final do ensino fundamental para envolver mais profundamente seus alunos, aumentando o uso de dispositivos móveis na sala de aula.
    • O acesso a dispositivos móveis em casa é elevado dentro deste grupo e os alunos já estão se voltando para estes dispositivos para completar as lições de casa. Portanto, é natural e altamente benéfico para os alunos que se amplie o uso de dispositivos móveis em sala de aula.
    • Educação e formação de professores na integração efetiva das tecnologias móveis em instrução pode proporcionar benefícios significativos para todos. O uso de dispositivos móveis em sala de aula parece ter o potencial de sustentar, e até mesmo aumentar o interesse pela Matemática e pela Área da Ciências da Natureza e suas Tecnologias², à medida que os estudantes avançam para o ensino médio.
É hora de se espalhar pelo mundo e garantir que os educadores conheçam a riqueza de formas para segura, ética e efetivamente utilizar o poder da tecnologia móvel com os alunos para o trabalho de casa e na sala de aula. Para ideias e apoio no uso de telefones celulares para a aprendizagem confira Teaching Generation Text: Using Cell Phones to Enhance Learning  (Ensino Geração Texto: usando telefones celulares para melhorar a aprendizagem).

Metodologia da Pesquisa

Fundação Verizon encomendou a TRU de conduzir a pesquisa quantitativa sobre uso da tecnologia dos alunos do final ensino fundamental. A TRU realizou 1.000 entrevistas online entre os estudantes do sexto ao oitavo ano, com idades entre 11 e 14 anos, gerando uma margem de erro de +3,0%. Uma quota foi estabelecida para garantir um mínimo de 200 entrevistados com renda familiar de US $ 25.000 ou menos. Salvo indicação em contrário, todos os dados relatados baseiam-se num tamanho de base estatisticamente fiável de n = 100 ou superior.

Lisa Nielsen escreve e fala para o público em todo o mundo sobre a aprendizagem inovadora e é frequentemente coberta pela mídia local e nacional por suas opiniões sobre a "Paixão (sem dados) de Aprendizagem Dirigida", "Thinking Outside the Ban" para aproveitar o poder da tecnologia para aprendizagem, e usando o poder das mídias sociais para dar voz aos educadores e alunos. A senhora Nielsen trabalhou por mais de uma década em várias ações para apoiar a aprendizagem de forma real e inovadora que irá preparar os alunos para o sucesso. Além de seu blog premiado, O Educador Inovador , os artigos da Sra. Nielsen são destaque em lugares como o Huffington Post , Tech & Learning, ISTE Connects, ASCD Wholechild , Mindshift , Liderar e Aprender , The Unplugged Mom, e é autora do livro Teaching Generation Text .

Notas de tradução:
¹ O artigo faz referência à "geração texto", que é um termo usado para se referir aos jovens de hoje que passam bom tempo se comunicando por mensagens de texto em diversos dispositivos.
² O texto original cita STEM, acrônimo formado com as iniciais em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

Fonte: http://eductil.blogspot.com.br/2013/08/gt.html

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Relatório da CGU denuncia má gestão de recursos do Fundeb

01 de Agosto de 2013 - 10:35
Fonte: Agência Brasil

Relatório de Avaliação de Programas de Governo da Controladoria-Geral da União (CGU) aponta irregularidades na gestão de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O levantamento mostra que nos quatro estados e 120 municípios avaliados foram detectados casos de salários abaixo do piso salarial e despesas incompatíveis.

O Fundeb, criado em 2006, redistribui recursos públicos da educação para o aluno. O estudo divulgado ontem (31) revela que o programa foi escolhido em razão do "seu alto número de denúncias, por movimentar um grande volume de recursos e por já ter apresentado falhas graves na execução dos recursos, como falta de comprovação documental de despesas e fraudes nos procedimentos licitatórios".

O levantamento aponta que das 124 fiscalizações feitas, apenas em 83 foram verificadas a utilização do mínimo de aplicação de 60% dos recursos na remuneração dos professores. O índice demonstra a adoção de "procedimentos inadequados" quanto ao cumprimento do pagamento dos magistrados.

Também foram observadas nas fiscalizações, que os processos de aquisições apresentaram "graves ocorrências de diversas irregularidades". De todas as unidades fiscalizadas, 49 obtiveram falhas como montagem, direcionamento e simulação de processos licitatórios. Outras 28 apresentaram falhas diversas na execução dos contratos. Em 12, foram encontradas despesas com preços acima da média do mercado.

O estudo destaca ainda, que em 69,35% dos municípios foram verificadas despesas incompatíveis com o objetivo do Fundeb. Os índices também apontam que 73,75% dos entes fiscalizados cometeram falhas nos processos licitatórios. Em 25% dos entes analisado foram encontradas irregularidades nos contratos.

A CGU informa que a "constatação de inconsistências na realização de despesas e graves ocorrências de diversas irregularidades nos processos de aquisições, demonstra incompatibilidade entre despesas e os objetivos do programa". O levantamento ressalta também que é necessário aperfeiçoar a legislação e dar maior monitoramento para evitar a "fragilidade no controle da aplicação dos recursos".

Em nota, o Ministério da Educação defende que "qualquer irregularidade deve ser apurada e punida com rigor". O comunicado destaca também que os recursos do Fundeb "não são do Ministério da Educação, são de fundo com transferência constitucionalmente definida como obrigatória e automática para estados e municípios". No entanto, a pasta defende a parceria com a CGU para maior fiscalização e controle dos gastos públicos.